Pontapé inicial

Mudei-me para Londres em outubro de 2007.

Existem vários motivos que fazem as pessoas sairem de seu país. Geralmente estão em busca de um lugar melhor para viver. Alguns se iludem com oportunidades de emprego ou ganhos financeiros, outros estão simplesmente fugindo de uma realidade adversa.

Eu posso pensar em vários motivos que me levaram a deixar o Brasil, como corrupção que gera violência que gera corrupção...

O que mais me decepcionava no Brasil, no entanto, era o cidadão que parava atrás de mim no sinal vermelho e começava a buzinar para eu "furar" o sinal.

Mas a realidade brasileira não foi o principal combustível para minha jornada. Se existia uma grande força me expulsando de meu país, existia uma força maior me atraindo para cá. E esse moto que habitava meu coração era puro sentimento de aventureiro do gaúcho gaudério, do desbravador de fronteiras, do conquistador do mundo.

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Nós homens somos criaturas muito rasas perto das mulheres. Pergunte a uma mulher o que lhe faz feliz. Talvez uma casa arrumada, roupas bonitas, um marido que lhe dê segurança, roupas bonitas, privada com a tampa abaixada, marido cuidadoso... Bom, eu acho que é muito difícil fazer uma mulher feliz.

Já o homem para ser feliz precisa de muito pouco: mulher, futebol e cerveja.

Eu tenho uma mulher fantástica e sou campeão de tudo no futebol... Só me faltava uma coisa no Brasil: CERVEJA. BOA CERVEJA.

E a busca pelo líquido perfeito me fez gastar uns bons trocados em barzinhos especializados no Rio. Não contente com a cerveja servida no Brasil, passei a viajar. Vi que existiam diversas marcas, diferentes fabricantes, e minha sede só fazia aumentar. Sede por saber, por prazer, por diversidade.

Por trás de cada bebida e comida há uma escadaria de nuances culturais que leva à essência de cada povo do mundo.

Hoje vejo que aliado a meu espírito aventureiro está um grande amor por essa manufatura divina entalhada por mãos humanas. E concluo que dentre todos os motivos que me fizeram mudar para a Europa, ter acesso a esse líquido precioso é o mais contundente.

Nesse blog pretendo fazer dois tipos básicos de postagens:
1) Cervejas que eu bebo ou bebi;
2) Situações relacionadas a cervejas.

Não sou especialista em cerveja e não me comprometo com a verdade. Somente com o sentimento daquilo que provo.

Podem me chamar de bêbado, mas existe uma diferença entre o bêbado, o apreciador de cerveja e o mentiroso: o bêbado bebe qualquer cerveja sem apreciar, o apreciador bebe só cerveja boa sem ficar bêbado.


E o mentiroso inventa essas histórias para se enganar.